O corpo humano precisa de uma estrutura mais firme para sustentá-lo. Assim como vigas de concreto constituem as bases de uma construção, nossos ossos são os responsáveis por manter o organismo de pé… Ou sentado, agachado, deitado.
Juntamente com músculos, ligamentos, articulações e tendões, os ossos permitem nossa movimentação e protegem órgãos internos vitais. Sem eles, seríamos como bonecos de pano, totalmente moles e sem firmeza. Os números ajudam a entender a importância da coisa: um adulto tem 206 ossos em seu esqueleto.
Os ossos, aliás, são tecidos vivos, feitos de células, de vasos sanguíneos, de proteínas (como o colágeno), de minerais (caso do cálcio)… Tão vivos que, quando nascemos, eles ainda são moles e, na medida em que nos desenvolvemos na infância e na adolescência, o tecido com jeito de cartilagem endurece e ganha aspecto de osso pra valer.
Esse processo de construção óssea é constante, sendo mais acelerado nos primeiros anos de vida. Na verdade, os ossos passam a vida toda por um processo de remodelação, que consiste na renovação do tecido ósseo. É o novo substituindo o antigo. Próximo dos 30 anos de idade, nossa massa óssea atinge uma espécie de pico, reduzindo o ritmo de regeneração. Aí, a reposição de osso acontece de modo mais lento. E é esse desequilíbrio que, ao diminuir a densidade óssea, pode levar à osteoporose.
Essa condição, como o nome sugere, é caracterizada por uma “porosidade” do esqueleto. Porosos e frágeis, os ossos se rompem ou quebram mais facilmente. Assim, a osteoporose aumenta o risco de fraturas de ossos como o fêmur, na perna, comprometendo a qualidade de vida, elevando a necessidade de cuidados e, em alguns casos, até mesmo levando à morte. Além do fêmur, são alvos comuns da fratura por osteoporose a coluna, o quadril, o antebraço e o úmero (próximo à região do ombro).
O envelhecimento é, sem dúvida, um dos principais responsáveis pela doença, considerada hoje o segundo maior problema de saúde pública no mundo, atrás apenas dos males cardiovasculares. Estima-se que 200 milhões de pessoas tenham a saúde óssea comprometida hoje – são pelo menos 10 milhões com osteoporose só no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso).
Além da idade, o gênero também pesa aqui. Mulheres são mais suscetíveis que os homens devido a mudanças hormonais associadas à menopausa, como o declínio na produção do estrogênio, que leva à perda de massa óssea. No entanto, cabe destacar que o sexo masculino não está imune. Nos homens pode ocorrer processo semelhante devido à queda na produção de testosterona, que também está ligada à perda óssea.
Para os ossos chegarem bem à velhice, devemos começar a nos cuidar desde cedo – no mínimo, na idade adulta. Não dá para esperar os primeiros sinais da doença, que inclusive é considerada silenciosa, para começar a agir. Hoje, boa parte dos casos é diagnosticada quando já existe comprometimento da estrutura óssea.
Normalmente, não há sintomas nos estágios iniciais de perda óssea. Mas, quando os ossos começam a se enfraquecer, podem surgir sinais ou manifestações como:
– Dor nas costas;
– Perda de altura com os anos;
– Postura encurvada;
– Fratura óssea que ocorre mais facilmente do que o esperado.
Em socorro dos ossos
Existem algumas medidas que ajudam a prevenir ou conter o avanço da osteoporose. Para muitas pessoas, a perda óssea tende a ser evitada com a manutenção da ingestão de cálcio e a suplementação de vitamina D.
Outro aspecto essencial para a saúde óssea é a prática de exercícios físicos. Esse hábito fortalece o sistema musculoesquelético, protege contra a perda de massa e diminui a propensão a quedas. Entre as atividades que podem ser indicadas estão treinamentos de força – como alongamento e musculação – aliados a uma alimentação rica em proteína e cálcio.
Que tal começar a cuidar de sua saúde óssea e manter as bases de sua construção fortes o suficiente para que você possa ter um envelhecimento mais seguro, com qualidade, autonomia e independência?
Fonte: Revista Saúde