A grande maioria dos aposentados não alcança o objetivo de uma vida tranquila porque não se planeja com antecedência. Segundo o Indicador de Educação Financeira (IndEF), elaborado pelo Serasa Consumidor, braço da Serasa Experian voltado ao cidadão, e IBOPE Inteligência, 62% dos jovens de 16 a 24 anos não fazem nenhum tipo de contribuição para a aposentadoria, uma cultura que, segundo os especialistas em finanças, deveria mudar.
Mas mesmo aqueles que, cedo ou tarde, se mobilizam para desfrutar de um futuro tranquilo, poupando para suprir as despesas, estão livres de serem surpreendidos pela necessidade de ajudar financeiramente filhos e outros parentes, provocando um rombo nas próprias economias. Uma pesquisa feita pela American Consumer Credit Counseling, organização sem fins lucrativos de Boston (EUA), constatou que uma parcela maior das famílias americanas (uma em cada três) dá mais assistência financeira aos filhos adultos do que aos pais idosos (uma em cinco). “Quanto mais os pais dão aos filhos adultos que, teoricamente, não deveriam depender mais de ajuda, menos conseguem ter para si”, alerta Julio Leandro, superintendente do Serasa Consumidor.
Faça seu planejamento:
Não se contente com menos – Sempre ouvimos que a vida de aposentado não é fácil, quando o assunto é privações de consumo. Mas esse rótulo traz certo conformismo, que deve ser colocado de lado: conseguir estabilidade financeira com qualidade de vida é possível e depende mais de você do que você imagina.
Não dependa apenas do INSS – Com a tendência de aumento da expectativa de vida do brasileiro e outros problemas relacionados ao cenário econômico do país, fica mais arriscado contar apenas com a previdência social para manter uma aposentadoria tranquila e independente.
Poupar é possível – Guardar dinheiro não está necessariamente relacionado com sobras no orçamento e sim com um projeto maior – como a aposentadoria – que nos obriga a cortar gastos para conseguir os recursos mensais voltados ao investimento. Cada orçamento – por menor que seja – tem gorduras que podem ser cortadas: gastos com automóveis, roupas, sapatos, eletrônicos, tratamentos de beleza, terceirização de serviços domésticos, alimentação, etc. Em algum ponto você vai descobrir que dá para fazer cortes em prol de uma aposentadoria tranquila.
Comece a poupar o quanto antes – Pode parecer uma receita batida, mas poupar desde os primeiros anos da vida produtiva é o caminho mais saudável e menos acidentado para conquistar liberdade financeira na fase madura. E também garante aposentadoria precoce, com mais tempo para curtir a vida.
Nunca é cedo, mas também nunca é tarde – Sem dúvida, quanto mais cedo o planejamento financeiro envolver uma poupança para o futuro mais fácil será economizar e maior a renda para a aposentadoria. Mas o fato de não ter começado cedo não extingue planos de proventos extras. Para isso será necessário economizar mais e por mais tempo.
Calcular as despesas que a aposentadoria deve contemplar – Além dos custos fixos com moradia, alimentação, água, luz, gás, despesas médicas e impostos, devem estar contemplados na renda da aposentadoria gastos com lazer e com demais atividades que promovam qualidade de vida, como um curso de artes ou de idiomas, dependendo do interesse de cada um.
Mais gastos com saúde – Quem segue com o plano de saúde coletivo da empresa depois de se aposentar deve estar preparado para pagar o valor integral, pois os subsídios oferecidos pela empresa são retirados, encarecendo a mensalidade. Além disso, a tendência é que pessoas com mais idade consumam mais medicamentos continuamente. Ambas as situações requerem um planejamento prévio.
Caixa para eventos inesperados – Uma vez aposentado, é ideal que se mantenha um dinheiro separado para eventualidades que não estejam previstas no orçamento mensal. E nem sempre as eventualidades traduzem despesas derivadas de episódios tristes. Um convite para uma viagem de última hora ou a troca de um carro também podem encontrar recursos no caixa voltado aos eventos inesperados.
Fonte: Paraná Shop